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Trabalhar para viver, não para o Estado

 

Se já recebeste o teu primeiro salário, sabes bem a sensação: olhas para o recibo e pensas “espera aí, quem é que ficou com metade disto?” A resposta é simples: o Estado. Antes de o dinheiro chegar à tua conta, já uma boa fatia foi embora em impostos e contribuições.

E não penses que acaba aí. No café, no passe, no supermercado, em quase tudo o que compras, lá está o IVA. Ou seja, mesmo depois de te pagarem menos, ainda és taxado outra vez quando vais gastar o pouco que sobrou.

O problema é que, apesar desta carga fiscal absurda, os serviços que deviam funcionar... não funcionam. Tens amigos a esperar meses por uma consulta no SNS. Professores que faltam nas escolas. Transportes públicos que falham. Burocracia que parece não acabar. A pergunta é inevitável: se já pagamos tanto, porque é que recebemos tão pouco?

Para quem é jovem, isto torna-se sufocante. Como é que alguém consegue juntar dinheiro para sair de casa dos pais, lançar um negócio, ou simplesmente viver com dignidade, se o Estado está sempre a meter a mão no bolso? Não admira que tantos decidam emigrar. Não é falta de amor ao país é cansaço de trabalhar para um sistema que não devolve. É preciso inverter esta lógica. O dinheiro que ganhas é teu, fruto do teu esforço. O Estado deve ser leve, eficiente e transparente: usar bem os impostos para garantir serviços básicos, e não para alimentar estruturas pesadas e ineficazes.

Menos impostos significam mais liberdade. Mais liberdade para arriscar num projeto, para investir em ti, para viver a vida que queres. A escolha que temos pela frente é simples: queremos continuar a trabalhar metade do ano para o Estado, ou queremos um futuro em que o nosso esforço conta primeiro para nós?


Rafael Pereira 

Estudante de Ciência Politica no ISCSP e Presidente do NEL-ISCSP

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