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Mariana Mortágua e Fernão de Magalhães. Qual o mais revolucionário?


Como dizia Miguel Cervantes: “Não existe maior loucura no mundo do que um homem entrar no desespero.” 

Parece-me que a política portuguesa colocou Mariana Mortágua num estado de total desespero, e aceitar viajar duas semanas ao lado de Greta Thunberg é a maior prova de insanidade. “Navegar é preciso”

Foi este o mote com que Mariana Mortágua finalizou o seu discurso.

E, como habitual, os dogmas não faltaram... “The world is being saved by the Palestinian people.”

Foi a frase que ficou. Não só pela demagogia, mas também pelo aproveitamento político. E com isso, gostava de questionar a grande navegadora Mariana Mortágua sobre o seguinte: Estamos a ser salvos de quê?

Não vi nenhum palestiniano a apagar incêndios.

Não vi nenhum palestiniano a defender o estado português.

Mas se houve coisa que não vi, nem vejo, foi um povo livre em Gaza.

Para Mariana Mortágua, esta viagem é um autêntico tiro nos pés, é a prova da hipocrisia, mas não acaba por aqui...

Nas mesmas declarações disse o seguinte: “We are a superpower, we are more powerful than any government, than any army and any regime!”.

A grande líder “espiritual” da “expedição náutica”, Greta Thunberg, deve ter ficado chocada ao ouvir isto, porque pediu um Fernão de Magalhães e mandaram-lhe uma “quase” utilizadora do Magalhães. E, falando em Magalhães, quem fica desiludido com a flotilha é José Sócrates, que verá uma parte do mediatismo do seu julgamento, desviada.

Conselho que deixo a Mariana Mortágua e Greta Thunberg é que prolonguem a estadia em Gaza, mas levem os militantes do Bloco de Esquerda. Aí veremos o grande poder da flotilha...

E claro, veremos se será mesmo Israel a cometer crimes de guerra.

Para os membros da flotilha que são crentes, aconselho que rezem para ser Israel a bloquear “a armada dos justiceiros” . Porque caso seja o Hamas, Mariana Mortágua pode ter o mesmo fim que Fernão de Magalhães.

A grande resposta à pergunta inicial deixo à escolha, porque se Fernão de Magalhães tinha uma armada, Mariana Mortágua tem uma flotilha. E não subestimem, porque também tem Greta Thunberg, a prova da sua coragem.

Se Fernão de Magalhães criou a circum-navegação, Mariana Mortágua não navegou, desesperou.

E nisso, deu razão a Cervantes.

Mas contudo, restam-nos as verdadeiras incógnitas: Será Mariana Mortágua mais fiel que Sancho Pança?

É Greta mais alienada do que Dom Quixote?

E o moinho, será Israel? Ou apenas a delírio de um Dom Quixote de Estocolmo...


Pedro Lobato Pereira

Estudante 


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