O 25 de Abril significa até hoje a libertação de um povo subjugado e oprimido sobre um governo ditatorial, porém existiu, existe e existirá sempre alguém que questione os feitos da revolução.
Ao analisarmos a Segunda República Portuguesa fica à vista a desigualdade social, a desigualdade de género, a fome, a falta de liberdade de expressão, a falta de liberdade de imprensa, a Guerra do Ultramar, a PIDE, o retardo desenvolvimento português em comparação com os outros países europeus etc. Ao considerar todos estes fatores penso: porquê voltar atrás? Será o conservadorismo que grita Deus, Pátria e Família? Será o pensamento colonialista em relação às ex-colónias? Será a discórdia com os direitos dos trabalhadores? Será o machismo que estava presente de norte a sul? Não sei. Só sei que hoje posso escrever e falar livremente sobre o governo do meu país, seja a favor ou seja contra, assim como hoje as pessoas podem fazer uso da liberdade a que têm direito para criticar o presente e "glorificar" os tempos vividos antes do 25 de Abril. Se hoje vivêssemos numa ditadura, nem eu nem essas pessoas poderíamos escrutinar ou criticar livremente as opções atuais do Estado.
Tornou-se normal também a generalização política em relação às pessoas que estão dentro dos partidos. É comum ouvir atualmente que os mesmos andam a roubar há 50 anos e que só existem corruptos nos dois partidos mais históricos de Portugal. Estes dois partidos nunca deixaram de ser os principais pilares da democracia portuguesa na Assembleia da República além dos seus candidatos terem sido eleitos pelo povo a partir de eleições livres. Podem até não gostar deles, todavia estarão para sempre marcados na história do nosso país.
Espero que esta data nunca deixe de ser lembrada pelo parlamento e que a sua celebração seja unânime. O 25 de Abril deve ser sempre celebrado por todas as pessoas que lutam por condições de vida melhores, por todos os que votam, por todos os que concordam e discordam de qualquer decisão, por todos os independentes que vivem a vida sem terem medo de pensar. Sabem o que é que estas pessoas têm em comum? Liberdade.
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