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A chama do Dragão volta a acender


Talentos brilhantes que não ofuscam o trabalho árduo, promessas que consigo trazem o melhor de alguns craques apagados e um sistema tático que procura extrair do mais simples aquilo que é considerado o objetivo máximo do futebol, vitória. Assim se reflete a primeira jornada do campeonato para os Dragões, um jogo marcado pela imponência portista face a um Vitória que, apesar do resultado, apresentou uma performance relativamente aceitável.

Com grande destaque no número dez Tiago Silva, a equipa Minhota entrou muito organizada no jogo e com uma grande oportunidade nos momentos iniciais. Rapidamente o Porto respondeu e marcou a partir de um contra-ataque finalizado com um toque subtil de Pepê por cima do guarda-redes. Mesmo com uma vantagem precoce, os azuis e brancos procuravam ampliar o resultado. A fome de Samu concedeu-lhe dois golos, de modo a que a partida terminasse três bolas a zero. Acompanhado de uma grande tática que anulou o Vitória a partir da sua saída de jogo, que permitiu diversos momentos de finalização, com um meio campo muito ligado e uma profundidade organizada, o jogo ainda possibilitou entender que alguns jogadores têm uma postura completamente diferente no tradicional 4-3-3, como por exemplo Varela, o motor deste novo Futebol Clube do Porto, Pepê que com confiança é um jogador fundamental e o próprio Nehuen Pérez que se sente muito mais confortável tendo um patrão como Bednarek ao seu lado, um central que geriu praticamente todos os ataques adversários, com cortes convictos e espaços fiscalizados.

E não dá para falar em Bednarek sem frisar as restantes estreias na liga. Froholdt já provou ser o box-to-box desta equipa, um jogador com uma qualidade técnica aliada a um porte físico ambos acima da média, Gabri Veiga que aparece muitas vezes em zonas de finalização com muita criatividade, Alberto Costa que ainda que apresentasse algumas lacunas defensivas obteve um bom desempenho, sendo este importantíssimo com um cruzamento de régua e esquadro para a cabeça de Samu no segundo golo.

Ficaram ainda algumas dúvidas quanto à ausência de Rodrigo Mora na partida, no entanto acredito que os portistas estão mais focados naquilo que viram em campo, um futebol que há muito não aparecia neste terreno, um futebol que enche as medidas e cria expectativas para o longo campeonato que resta.


Ricardo Jesus
Licenciatura em Marketing, Publicidade e Relações Públicas, Instituto Superior De Entre Douro e Vouga

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